Podemos não perceber, mas experiência do usuário é muito importante na conexão dos seus clientes com sua marca. A forma que consumimos sites, aplicativos, redes sociais e tudo que envolve tecnologia mudou muito nos últimos anos e é preciso que as marcas entendam essa mudança. Inclusive, já falamos sobre UX/UI aqui no nosso blog!
O tempo é o que todos nós temos de mais valioso e a experiência do usuário preza por entender como utilizar essa informação da melhor forma. Afinal, se um usuário entra no seu e-commerce e não encontra botões importantes com facilidade, a chance dele abandonar o acesso e nunca mais voltar é muito grande.
Para entender como a experiência do usuário pode impactar seu negócio, conversamos com a Lia Mendes, UX/UI da Leroy Merlin, contando como essa prática pode melhorar a experiência de clientes e marcas.
B.done: Ao longo dos anos vimos muitos sites e apps se transformando e colocando experiências de usuário na usabilidade. Porém, nem todas as empresas veem isso como uma necessidade. Como você acha que UI/UX influencia na percepção do usuário com a marca?
Lia: Hoje as coisas são muito globais, no sentido de presença. Mesmo que o usuário tenha contato ou experiência com uma marca no mundo físico, eventualmente ele vai procurar por aquilo. Ele vai ver um site, um instagram, acessar um aplicativo. Influencia muito, porque não adianta a empresa ter uma identidade e uma comunicação no mundo físico que seja incoerente em como o usuário é guiado em um aplicativo ou em um site. Tudo que é feito dentro dessas ferramentas, quando se tem um profissional de UI/UX é pensado na melhor experiência desse usuário. E essa experiência não é só usuário encontrar um botão ou uma seta de voltar, encontrar um menu estruturado. Essa experiência também é o que a empresa quer e busca de resultado com esse usuário na sua plataforma e no seu site. É uma venda ou o que o usuário encontre a informação. Tendo um profissional voltado para o segmento da experiência de usuário é muito mais fácil você conseguir guiar e deixar as coisas mais claras pro seu consumidor.
B.done: Como uma boa experiência do usuário contribui para valorizar as empresas e as suas marcas?
Lia: De diversas formas. Se o fluxo de uma navegação, no caso de um aplicativo ou de um site, for feito de uma forma leve, de uma forma inclusive que o usuário não perceba que ele está sendo levado a algo, contribui positivamente. Algo que seja natural, que seja realmente uma experiência do usuário, e que a empresa entenda quem é seu usuário, construa a estratégia pensando no resultado que ela busca.
B.done: O design thinking é um conjunto de práticas para resolução de problemas e isso está ligado tanto em UX como em UI. Você usa essa prática no seu dia a dia?
Lia: No dia a dia eu acabo usando de uma forma muito natural. Ele acaba surgindo em vários momentos. No momento de escuta, na hora de rabiscar um papel na hora de um protótipo ou fluxo… Acaba sendo uma forma muito natural e não como fazer uma conta de matemática, onde você para e faz a soma e tem um resultado. É algo muito fluido que com a bagagem profissional que eu construí torna tudo mais fluído.
B.done: Dentro do seu trabalho, teve algum insight de UI/UX que foi simples, mas teve um grande impacto no usuário e trouxe retorno positivo para a empresa?
Lia: Com certeza. Isso acontece e as vezes quando vem o insight a gente nem percebe realmente o quanto aquela coisinha tão simples é tao revolucionária. Até realmente olhar e colocar isso em uma forma geral, porque dentro do UX nada é uma coisa só e tudo faz parte de algo maior. Não é só a solução final, tem todo o entendimento para fazer um fluxo antes de fazer um protótipo que vai ser desenvolvido efetivamente. Tem a questão da escuta com o usuário, tem que fazer teste de usabilidade durante o processo e até depois – para ter melhorias. É algo que não para nunca e está sempre em construção. E o importante, além de ter um profissional da área, é ter um canal aberto com o seu usuário para receber feedback. Pois nem tudo é finito, as coisas são cíclicas. Os usuários também mudam, as tecnologias mudam. Então é importante sempre estar aberto para isso. As vezes um fluxo que você muda, onde você tinha duas telas para mostrar algo e junta em uma tela só e tem uma melhoria muito grande para o usuário. As vezes um processo que era feito por troca de email ou planilha dentro de uma empresa e você consegue transformar isso em um sistema, dando mais autonomia para o seu usuário.
B.done: Trabalhando na área, o que você mais sente falta de usabilidade que poucas empresas fazem?
Lia: Eu não sei dizer se eu mais sinto falta no que as empresas fazem, mas as vezes eu uso algum aplicativo ou estou em algum site e penso se as pessoas realmente usaram aquilo. Eu entendo que é difícil quando você está imerso em um projeto você sair e ver como um todo e ver como novo, mas é aí que faz a falta de um profissional dessa área. Pois quando um profissional de UX/UI está desenvolvendo uma solução, por mais que a gente está focado, sabemos que não somos os donos da razão. A gente tem a visão de entender o que o negócio precisa e transformar na melhor solução para o usuário. É importante fazer testes, validar, pois nem sempre o que funciona na nossa cabeça é exatamente igual no usuário – até porque não somos os usuários de fato. É importante que o canal de feedback esteja aberto, já que as vezes parece muito obvio para quem trabalha, mas não está tão obvio para quem usa a solução desenvolvida.
Com esse papo, percebemos que a experiência do usuário e a aquisição de profissionais de UX/UI para o time é um investimento necessário para as empresas que pensam em se comunicar melhor com seus clientes. Ter um profissional que entenda esses comportamentos acaba tornando as estratégias ainda mais efetivas e alinhadas com os objetivos da marca.